E agora ela resolveu entender de moda e separa as roupas em categorias: de passear, de dormir, de comer. Admito que tenho minha parcela de culpa, porque eu faço essas diferenciações, por exemplo, normalmente separo as blusas mais chuézinhas e velhas pra hora do almoço/jantar, já que as chances de sair tudo sujo de feijão é grande. E esqueço que criança observa e aprende tudo...
Mas ela resolveu mesmo ser auto-suficiente na matéria e criou suas próprias categorias. Que já existiam pros sapatos. E, com isso, quer escolher as próprias roupas, dá palpite no que eu escolho, se recusa a colocar a blusa tal pra ir na pracinha porque é roupa de dormir, não aceita usar o chinelo da natação pra nenhuma outra coisa, etc. E hoje não quis vestir o short que eu separei porque, vejam só, era "muuuuito feio". Mas a melhor de todas ainda foi o dia que eu separei pra ela usar numa festa um vestido que ela tinha usado há pouco tempo, em outra festinha:
- Não, mamãe! Esse é da festa do Rafa!
Agora me diga de onde ela tirou que não pode mais repetir roupa? Já pensou no preju?
Mas o melhor de tudo em relação às roupas é a insistência em fazer tudo sozinha. Muitas vezes ela pede ajuda, em outras não se opõe a que eu tome a iniciativa de arrumá-la. Mas tem dias que ela é que tem que fazer tudo SO-ZI-NHA. Vo-cê não, mamãe!! E ai de mim se resolver atrapalhar...
E confesso que quase chorei de emoção no dia em que, pela primeira vez, ela vestiu não uma peça ou outra, como já fazia, mas o uniforme todinho sozinha. Calcinha, short, camisa, meia e sapato. E um arco no cabelo, pra arrematar.
O sentimento? É uma mistura do famoso "tornar-se desnecessária" com a felicidade de ver que, apesar de errar muito, devo estar no caminho certo...
PERGUNTAS E RESPOSTAS: SOBRE ABORTO
Há uma semana