28.5.09

Você procura, procura, procura, procura, procura, procura, acha. Papel pra lá, papel pra cá, taxas, impostos, cartórios, tudo assinado, pronto. O apartamento é seu. Mas se você acha que é o fim da história, grande engano. A novela está apenas começando.

Contas e mais contas, de dinheiro e de prazo, e fica acertado que não vai dar pra grandes intervenções. Se a cozinha é um horror, o banheiro velho, os armários insuficientes, enfim, você abstrai e se apega naquela velha ilusão de "depois vamos fazendo aos poucos". Mas algumas coisas são inevitáveis, pintar as paredes, trocar os vasos do século passado (porque eu sou fresca), dar um jeitinho e reaproveitar os armários. Nada de obra, nada de quebra-quebra, só coisa pequena. Então me diz, como é possível tanta dor-de-cabeça? Como?

Eu digo que quero o sinteco de tal jeito, pergunto se vai ficar como eu quero, claro que vai! Daí eu mostro exatamente como eu queria, pra ilustrar, pergunto novamente, digo que é assim que eu quero, o senhor garante que vai ficar igual? Ah, mas claro! Aí eu vou lá verificar o andamento do trabalho.

E está igual? Está sequer parecido? Ou está uma bosta total??

Ah, se a senhora queria de tal jeito tinha que ser o sinteco tal!

Então, cacete, porque não foi o sinteco tal? Porque não falou antes? Porque não perguntou? Porque não avisou? Qual a dificuldade?

Viro meio vidro de rescue e sigo a conversa.

Dá pra resolver? Até dá, tem que ver com o outro hômi, mas aí, né, tem que ver o material extra também.

A essa altura eu já estou rindo histericamente, porque chorar é que eu não vou, né?

Nem vou contar o resto porque, sério, prefiro esquecer. Só sei que já estou tão alterada, estressada e irritada que cheguei ao nível de implicar até com as maçanetas das portas. E sabe aquele papo de "depois vamos fazendo aos poucos"? Esquece. Eu não faço mais nada nunca mais, a não ser que fique rica e possa terceirizar toda a dor de cabeça (que, atualmente começa antes de levantar da cama já).

Às vezes, nas horas de desespero eu chego a pensar se não é melhor vender tudo e nem me mudar. Porque ainda tem essa. A mudança. Semana que vem. Ai, nem acredito que lembrei disso agora. Apaga, apaga, calma, calma, cadê meu rescue?

5.5.09

Eu vou contar como foi a minha primeira vez. A Joana tinha uns 5 meses. Eu já tinha voltado a trabalhar, portanto ficar longe dela por várias horas não era mais uma grande novidade. Mas cabeça de mãe é cabeça de mãe, todas as minhocas do mundo e mais algumas. E ficar longe do meu bebezinho sem ser por necessidade ainda despertava culpa e muita ansiedade. Minha mãe me apoiou. Meu marido me deu mais do que força, se oferecendo para ficar com a Joana pelo tempo necessário. A Alê passou aqui em casa e lá fui eu, pro que seria meu primeiro "encontro mothern". Voltei algumas horas depois, mais leve, renovada. Joana dormia tranquila, super bem cuidada pelo pai. E na hora eu não me dei conta, mas hoje sei que esse dia foi um marco. O dia em que eu descobri que existe vida social na maternidade, e não é só nas festinhas infantis.

De lá pra cá, entre almoços, chopps, viagens e parquinhos, acabamos consolidando um grupo unido de amigas, daquelas pra toda hora. Pra rir, pra chorar, pra desabafar, pra fofocar.
(e pra doar roupas e sapatos pra Joana, que tira proveito de ser a menorzinha do grupo. hohoho)

Eu sempre tive muito receio de que a Joana, por ser filha única sem primos, fosse uma criança sozinha. Mas quando eu vejo, como vi mais uma vez esse fim de semana, nossos filhos brincando, rindo, se divertindo tanto juntos, dando continuidade à nossa amizade, esse medo se desfaz. Esses são os primos dela, meus sobrinhos do coração.


é nóis (cariocas recebendo a visita de uma mineira ilustre e amada e sua mini-me)
 

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